Sabe aquele colaborador que tem o currículo perfeito, com todas as exigências técnicas necessárias para o cargo, mas ainda parece não atender às expectativas da empresa? O ponto de atenção pode estar nas soft skills.
Este termo se refere às competências comportamentais, relacionadas à aspectos da personalidade, que não são adquiridas através de cursos técnicos ou faculdades. Uma pesquisa conduzida nos Estados Unidos pelo site CareerBuilder listou as 10 principais soft skills valorizadas pelo mercado:
- Ética (73%)
- Confiança (73%)
- Atitude positiva (72%)
- Motivação (66%)
- Trabalho em equipe (60%)
- Organização (57%)
- Capacidade de lidar com pressão (57%)
- Comunicação (56%)
- Flexibilidade (51%)
- Autoconfiança (46%)
Por outro lado, as competências técnicas, como por exemplo o domínio de uma máquina ou de um software, são chamadas de hard skills. Entre as mais requisitadas estão programação, domínio de Excel e até inglês, sendo então competências que podem ser adquiridas por meio de cursos e treinamentos.
Qual a diferença entre hard skills e soft skills?
A principal diferença entre as hard e as soft skills está justamente na forma como são adquiridas. Soft skills podem ser ensinadas e desenvolvidas, mas é um processo um tanto mais complicado. Imagine a dificuldade de fazer com que um vendedor considerado “agressivo” em seu comportamento ─ algo normal para a área comercial ─ se torne um atendente carismático. É evidente que é muito mais simples ensinar alguém a editar documentos no computador. Desenvolver as habilidades comportamentais leva muito mais tempo e paciência.
Hoje em dia, as soft skills são muito procuradas por recrutadores de forma geral. A frase “Contrata-se pelo Currículo. Demite-se pelo Comportamento!” nunca foi tão real no mundo dos Recursos Humanos. Afinal, é muito mas fácil uma equipe manter a produtividade se tiverem uma boa comunicação interna e a habilidade de trabalhar bem em grupo.
Soft skills no dia a dia na empresa
Profissionais que possuem a proatividade como característica comportamental, por exemplo, buscam soluções para os problemas por conta própria, sem a necessidade de esperar uma ordem para tal. No entanto, profissionais com pouca proatividade podem ter uma boa capacidade analítica, o que ajuda na avaliação de riscos em diferentes processos e projetos no trabalho. Todos possuem soft skills e podem utilizá-las à favor da empresa, se fazendo necessária, portanto, uma boa retenção de talentos na equipe.
Além disso, as soft skills também influenciam toda a equipe. Uma pessoa com atitude positiva pode transformar o ambiente de trabalho conforme interações forem ocorrendo. Dessa forma, o convívio em grupo se torna melhor.
Colaboradores que possuem características comportamentais alinhadas com os objetivos da empresa não só entregam resultados melhores, mas também tendem a permanecer mais tempo no cargo. Afinal, conhecimento técnico pode ser transmitido, mas as características de personalidade não.
Imagine um cargo de gerente, que terá que gerir uma equipe. O candidato ao cargo é graduado em Administração, com MBA em Gestão de Pessoas. Apesar disso, ele é um profissional que tem empatia, paciência e boa capacidade de lidar com conflitos em equipe? Se não tiver estes últimos requisitos, estas soft skills, ele se adaptará bem ao cargo?
Avaliação das habilidades comportamentais
Claramente as habilidades técnicas são avaliadas mais facilmente. Basta aplicar testes teóricos e práticos para analisar o nível do candidato ou do colaborador naquela habilidade.
Para avaliar candidato que possui Excel Avançado em seu currículo, basta aplicar uma prova e comprovar se a informação no currículo é verdadeira ou não.
Com as soft skills é um pouco diferente: é necessária uma análise mais específica de um mapeamento comportamental e de uma boa entrevista por competências.
Como analisar as soft skills
Por exemplo, em uma entrevista, ao invés de perguntar quais as habilidades do candidato, pode-se pedir que ele descreva uma situação na qual utilizou uma habilidade comportamental específica. Exemplo de questionamento para avaliar a soft skill de trabalho em equipe: “Conte sobre uma situação em que você precisou trabalhar em equipe em um projeto na última empresa em que atuou.”
Perguntas sobre situações passadas são essenciais para avaliar essas habilidades, pois fazem com que o candidato as descreva de forma mais sincera do que se fosse uma pergunta sobre futuro, como “e se você precisasse trabalhar em equipe, como agiria?”. Dessa forma, perguntando sobre uma suposição de situação futura, o candidato estará mais propenso a dar a resposta ideal para sua avaliação positiva.
No caso dessa pergunta sobre trabalho em equipe, é através da resposta do candidato que a soft skill será analisada. Pessoas com essa habilidade costumam valorizar o trabalho dos outros membros da equipe, mas sem deixar de valorizar o seu papel no conjunto. Já pessoas que não possuem essa habilidade bem desenvolvida provavelmente responderiam apontando problemas ou insinuando preferência por trabalhar sozinho (o que não é necessariamente algo ruim, sempre dependerá das atividades que serão desenvolvidas no trabalho).
Concluindo, uma boa percepção das soft skills tanto de candidatos quanto de colaboradores é essencial para uma boa retenção de talentos na empresa, contribuindo muito com o alto desempenho dos colaboradores na empresa.
Acertar nas soft skills ajuda não só no clima organizacional, mas também no retorno financeiro de sua empresa!